28 de jul. de 2011

Pertencer


Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!  
O texto é de Clarice Lispector, mas me vi dentro dele de um modo tão intenso que não resisti e o postei.

Manual II


Já postei aqui o Manual do Homem Perfeito.
Mas não quero ser injusta, então agora resolvi fazer o Manual da Mulher Perfeita (ou quase).
Também não vou seguir uma ordem, mas vou expor aqui o que seria uma mulher perfeita, baseada no homem perfeito que descrevi no primeiro manual ( e talvez eu quisesse ser assim, como vou descrever abaixo).
Meninas, vamos partir do princípio que nosso homem perfeito é aquele cheio de atitudes, toma decisões, te dá colo, tem pegada e manda na situação na hora H.
Cuide bem do seu homem. Não há nada mais feminino que uma mulher que sabe se portar como tal, que consegue fazer seu homem se sentir “o cara”.
Isso deixa ele seguro, cheio de razão, e o retorno é inevitável, ele vai te tratar com toda pompa.
Não seja rabugenta, pare de implicar com os pequenos defeitos dele, tente aprender a conviver com isso, porque você também é cheia de defeitos e ele aceita!
Seja uma puta na cama, faça tudo pra agradar seu homem, seja submissa, se isso te der prazer, claro!!
Não tenha dor de cabeça, nem TPM 365 dias por ano, não diga que está gorda, feia, velha.
Se ele está com você, é porque gosta do que tem, é você que ele quer.
Esteja sempre linda, cheirosa, depilada, bronzeada (mulher branca é uó), e, principalmente, disposta!
Converse muito, não fique esperando que ele adivinhe suas vontades, seus desejos.
Fale, dialogue, mostre a ele o que te agrada, o que te incomoda, o que pode ser mudado sem que isso atrapalhe o relacionamento!
Ficar de cara feia, emburrada, inventando motivos inexistentes só piora a situação.
Ensine as coisas a ele, façam as tarefas juntos, ensine ele a cozinhar ou, se o mestre cuca é ele, aprenda a cozinhar com ele. Descubra do que ele gosta, faça surpresas, crie um clima, prepare um jantar, enfeite o quarto, a cama, coloque a lingerie mais sensual que tiver ou então aquele espartilho que ele te deu de presente, seduza seu homem, enlouqueça-o. Durma em seus braços, acorde-o com beijos, faça massagem, aprenda a tomar whisky com ele, a gostar de rock, ensine a ele que suco de laranja faz bem, é bom. Que salada não é coisa de ET, só porque é verde. Criem hábitos juntos, façam pactos, sejam cúmplices. Talvez essa seja a chave para um relacionamento harmonioso, a cumplicidade.
Não deixe seu amor ir embora por ser cabeça dura e rabugenta.
Talvez você perca o grande amor da sua vida por pura bobagem.

26 de jul. de 2011

Manual

















Sempre falamos que o homem deveria vir com manual, e os homens dizem que a mulher também deveria.
Pois, pensando nisso, resolvi escrever aqui o MANUAL DO HOMEM PERFEITO, ou pelo menos, o que mais se aproximaria da perfeição, seguindo estas dicas básicas.
Não que eu queira pra mim um homem perfeito, sei que isso não existe e nem quero, pois defeitos são necessários pra aprendermos com eles, mas, existem coisas básicas que faz um homem ficar muito mais interessante e que não são difíceis de seguir. Não vou seguir uma ordem, pois isso em nada vai alterar o “produto”, mas a primeira coisa e a mais importante de todas em um homem e a ATITUDE.
Um homem sem atitude é o mesmo que um sapato sem salto, uma cadeira sem assento, um automóvel sem combustível... não serve pra nada!!!
Atitude é coisa de macho, mesmo que hoje em dia as mulheres tenham muito mais atitude que os homens, mas mesmo assim não deixou de ser coisa de macho.
Não há nada mais lindo do que um homem que resolve tudo, toma iniciativa, te puxa pelos cabelos, mostra que o poder é dele, mesmo que seja só na hora do rala e rola.
Homem  precisa entender uma coisa: toda mulher bem resolvida, decidida, cheia de atitudes no dia a dia, independente, mandona, dona do seu nariz, da sua casa, dos seus passos, é uma mulher submissa na cama. Fato. Salvo raras exceções, a maioria é sim!!! De todas as amigas que tenho a maioria é assim, mulheres independentes, decididas e bem resolvidas, mas adoram que o homem mande nelas e as domine na hora H.
Sabe porque? Porque temos que resolver tudo o tempo todo, temos que trabalhar, decidir, cuidar, mandar, arrumar, correr atrás o dia todo e exatamente por isso, na hora de namorar, queremos colo, proteção, queremos nos despir das responsabilidades e nos sentir como gatinhas manhosas que só querem ser manipuladas, acariciadas, amadas. Muito ruim quando temos que tomar a iniciativa até na hora de transar. Às vezes, por mais que o cara esteja afim, ele fica esperando você dar o primeiro passo, com medo de que você não queira ou ache que ele está forçando a barra. Entendam uma coisa de uma vez por todas, homens do meu Brasil!!!! Um NÃO, dito por uma mulher, quase nunca tem o verdadeiro sentido da palavra. Na maioria das vezes, quer dizer: Me conquiste, me force, me tome em seus braços e faça de mim o que bem entender! Raramente um NÃO quer dizer que ela não quer!
Mulher gosta de ser mandada! Nada mais gostoso quando nosso homem pede que a gente use essa ou aquela lingerie, faça isso ou aquilo que ele gosta.
Mas não vamos esquecer que carinho, respeito, amizade, parceria, diálogo são fundamentais num relacionamento.
O fato do homem ser o dono da situação não o impede de ser amigo, de ser companheiro, de ajudar nas tarefas diárias, de respeitar os momentos difíceis que passamos, de entender que TPM existe e que é foda!!!!!!!!!
Outro fator importante num relacionamento é o diálogo. Conversar é muito bom! Conversar sobre tudo, mesmo que não seja seu assunto preferido, converse, se mostre interessado, aprenda! Essa é uma das maiores reclamações das mulheres, que os homens não sabem conversar. Se o assunto não for do interesse deles, ou seja, futebol, academia, carros, eles não conseguem ir adiante numa conversa.
Quebre esses pré-conceitos! Fale de tudo, conte sua vida, a da sua família, do seu cachorro, fale dos seus tombos de infância, dos seus traumas de adolescência, das suas tristezas passadas, das suas alegrias! Fale e ouça também as histórias da sua companheira, se mostre interessado, pergunte, questione, explore tudo o que puder!
Aprenda a cozinhar, peça que ela te ensine, mesmo que você não vá usar isso no seu dia a dia porque você tem uma cozinheira ou uma mãe que não te deixam passar a menos de 1 metro do fogão, mas mostre interesse, descubra novas coisas que podem dar prazer aos dois!
Não aceite as decisões dela sem questionar, se a sua decisão não for a mesma. Questione, pergunte, lute pelo que você quer, corra atrás dos seus sonhos, conserve o seu amor. Muitas vezes ela pode estar deixando você não porque deixou de te amar, mas porque você não está sendo um homem de ATITUDE.
Não estou dizendo que você precisa mudar a sua personalidade pra ter a mulher que ama, mas você tem que se reinventar, se reciclar e só assim você e sua amada serão felizes!